Coadjuvante
Vibram na garganta as palavras,
Machucando-a no desespero da fuga,
Sobre a saudade muda que não se pronuncia.
No monologo do silêncio,
Em ápice quem ainda está presente,
Em um coração que ‘não abre mão’ de possuir.
Antes dedicado aprendiz da ‘língua do amor’,
Hoje interprete do idioma da tristeza,
Cujos olhos tentam traduzir.
Na boca o gosto salgado incômodo,
Para quem se acostumou com o doce em abundancia.
A face gélida que não se reconhece,
Tem traços da ausência do insubstituível.
A fala precipitada em um lapso de memória,
Condena sua mente a sempre recordar,
A falha que os conduziu ao fracasso.
Equivocaram-se as cenas,
Antecipado o espetáculo,
Em um fim inesperado o casal de atores abandona o palco,
Restando apenas o erro,
Diretor nos bastidores da vida.