HÚMUS

Era um cheiro de terra no meu quarto

muito embora o carpete a me carpir o instante.

E um rubor tomava-me senti-lo

roçagante entre a raiz dos dedos.

Não fora a terra, a brisa, a chuva

a me tolher a chama do abajur

e, na vidraça, a lua!

O relógio da parede em pinho

e a escrivaninha a me esculpir rugidos

que num rompante

– ruivo! –

saltei-me do espaço encalacrado

em vidro, minha urna.

Uma égua ruça ardeu pelo terreiro

E um galopar ganhou o céu

em brasas.

edilc
Enviado por edilc em 06/03/2007
Código do texto: T403611