HÚMUS
Era um cheiro de terra no meu quarto
muito embora o carpete a me carpir o instante.
E um rubor tomava-me senti-lo
roçagante entre a raiz dos dedos.
Não fora a terra, a brisa, a chuva
a me tolher a chama do abajur
e, na vidraça, a lua!
O relógio da parede em pinho
e a escrivaninha a me esculpir rugidos
que num rompante
– ruivo! –
saltei-me do espaço encalacrado
em vidro, minha urna.
Uma égua ruça ardeu pelo terreiro
E um galopar ganhou o céu
em brasas.