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VALORES


São verdes, os valores,
E jamais hão de madurar.
Árvores altas e frondosas
Que jamais irão frutificar,
Árvores verdes,
Estéreis,
Cujos frutos caem
E apodrecem
Ao brotar.

São verdes, os valores,
Valem mais que vidas,
Valem memórias,
Valem famílias,
Valem a convivência,
Valem o amor.

São verdes, 
Um verde sujo e doentio,
Um verde sem futuro,
Que nada almeja
A não ser, a verdura inútil,
Infecunda,
De campos e campos crivados
De árvores verdes 
E estéreis.


*

 

Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 14/12/2012
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