No surto do amor
eu peco quando
abro meus olhos
no lajedo da
infância...
no balaústre
dos braços de meu
pai que na mesma
janela assiste
o desejo de ser sol...
arejado de chuva
e carcomido no
papeito da noite...
já incomunicado
de pedregulhos
e musgo, que
na dentada dos
anos, sobrevive
no sono, no
calabouço do
estômago, onde
cachorros mortos
comem (no surto do amor)
os fios, um a um,
estriados do medo....