Amor de Poeta!
O poeta vive só de sua poesia inebriante
Do amar amargo, salgado e distante...
Então sorri e ri o riso dos amantes
Para acalentar os versos
Em uma forma adocicada e dançante
De seus momentos torpes e distantes...
O poeta vive no seu mundo inconstante
De eternos dias e sol irradiante
Esperando a Lua, que de cheia
Se esconde entre os papeis em brancos
Fugidios de letras saltitantes
Transcrevendo os rios de suas lagrimas
Em um momento que vem adiante...
O poeta usa sua fúria tocante
Em seus sonetos mesquinhos e ambulantes
Que se reveza em quadras e tercetos
Tão exorbitantes de métricas fúteis
Sem um sentido completo e discreto
Do pranto sentido e chocante
De seu mais profundo desejo
Que chega a ser apaixonante...
O poeta é seu próprio navio
A navegar em um mar de olhares
Escravos e vazios
Que passam derradeiros
E tocam harpas em discos
De seu cálice calado
Com o vinho de um único fato
Que lhe foi marcante.