* Talvez...ainda... *

Lá,

talvez...ainda...

... a vila mantenha o mesmo jeitinho

não soterrada por vulcões do progresso...

...alegrias, labutas, união e ternuras

envolvam aqueles lares simples...

... se entoem belas serenatas enluaradas

nas cordas de um algum pinho apaixonado...

...tantas mangueiras e goiabeiras

altaneiras ofertem seus frutos em profusão...

... ainda girem piões, ventos ergam pipas,

e brinque-se de roda, bola e pega-pega...

... nos jardinzinhos das casas brotem flores

que não tenham cedido a garagens e carros...

..nostálgicos sinos deem suas badaladas

ressoando em almas de inabalável fé...

... o encanto monte singelos presépios

e árvores com algodão e luzentes bolinhas...

... a solene Missa do Galo persista

e a Noite Feliz ecoe dentro e fora da capela...

... Papai Noel faça suas mágicas visitas

à ingenuidade das novas peraltas infâncias...

... dia 25, a alegria se espalhe pela pracinha

com seus novos carrinhos de plástico e bonecas...

... brilhem mil estrelas e céus azuis se abram

a iluminar aquelas tão fraternas vizinhanças...

... o amor se mantenha estável e duradouro

no coração dos casais e das famílias...

... se sonhe com as cidades grandes

sem saber-se que a felicidade mora ali...

É... Talvez...ainda...

Lá,

longe, muito longe daqui

tempo, tanto tempo há

que até mesmo a saudade

resolveu ficar por lá...

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