A gente lá de casa

A gente lá de casa

costumava falar

em delírios, alguns

se amavam longe

dos corações curtidos

de frio e fome.

Pensei na vida

ser a tinta da

caneta com que

escrevo minha sina.

Rezas e terços no colar do pescoço

em Cristo !! A gente lá de casa

sentava e sorria, com olhos

de quase nada, não sabia das

metáforas,

não tínhamos fotografias.

Um gole copo d'água

o amor de sede não

morria, é que a gente

lá de casa, nem me olhava

eu os via na fronte

desencantada, nos

golpes dados pela vida.

Um dicionário me disse metade

da palavra doída, minha gente

sua casa, poderes e melancolias

ouvi a vaga madrugada da

gente que dormia.

Para o dia que será o mesmo,

antes mesmo do crepúsculo,

a gente lá de casa caçava e

chorava, a loucura não é

da gente,é minha.