"Escravo" do Cidadão
Bote a semente em terra
deixa o tempo cuidar
pois o homem não pode
impedir Deus de criar
O tomate já maduro
rapa-dura de roer
no feijão eu vejo um furo
co'a maçã a apodrecer
Que tristeza essa seca
que um dia há de passar
mas enquanto ela durar
viverei com a boca seca
Meu alface ficou preto
e meu milho castigado
meus animais coitados
não sobrevive mais um gado
Minha vaca sem comida
e leite só pra cabrita
e o coiote já faminto
faz um som que me irrita
E o rei sob a terra
com sua coroa já manchada
nem a fruta que acalma
me relaxa a mão inchada
Tanto trabalho a fazer
para a fruta não perecer
mas na mesa do cidadão
provavelmente apodrecerão