ENCHENTE NÃO DÁ IBOPE
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Água da enxurrada inunda o barraco.
Álbuns, fotos, computador, perdidos.
Papos amargos, esquecidos.
D.Zuleica, 80 anos, perdeu fogão,
- geladeira e micro.
Aposentada atura esse mico.
Móveis e entulhos nos rios.
E a coleta? Pra onde vão os lixos.
O sofrimento não tem pra onde ir.
Não existe dinheiro como sair.
Todos os anos, o lero-lero.
O povo é que leva ferro.
Políticos dizem: Anote.
Pra inglês ouvir, enchente não dá ibope.
Que maldade com nosso povo.
Dizem: tudo sob controle,
Ano que vem todo sofrimento de novo.
Queria um deles alguns dias lá morar.
Dormir num barraco e sentir o que é um penar.
Talvez fosse pra assembléia com tudo.
Não ficaria nessa lengalenga, mudo.
O que conforma, é que pra eles também terá o juízo final.
E quando soarem as trombetas, será tarde será esse o sinal.
Alguém vai cobrar porque enganou tanta gente.
Será condenado a plantar por séculos a humildade como semente.
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BILLY BRASIL-17-10-2012 – 08,30 HS – QUARTA.
PQI-SBC-SP