TRAUMAS
Estou sempre a esconder o meu rosto
Para que tu não vejas as rugas surgidas.
Trago a marca estampada do desgosto
E a ira dos sonhos e das noites perdidas.
Despejo minhas lágrimas no rastro do sol posto
Nas privações das alegrias e saudades escondidas,
Suspirando em cada canto procurando encosto
Dentro de um tempo que me foge em decaídas.
Só me resta roer os laços e soltar as cordas
Dessa paixão que enterra toda minha alma;
Trocar minhas vestes enquanto nada me acorda
Desse pesadelo que me trouxe grande trauma.
DIONÉA FRAGOSO