Mas o céu pode esperar
MAS O CÉU PODE ESPERAR...
Com a delicadeza de Tua mão
Nas Tuas mãos
Com a mão na minha consciência
Consciente dos meus actos
Parcos e isolados
Eu me denuncio
Eu me fortaleço
E cresço
Eu me alindo
E deslindo...
Quem me dera ser
Um pedaço de céu!
Mas o céu pode esperar...
Espera!
Devolve-me o meu sorriso
Toca-me ao menos ao de leve
No meu movimento, no rosto
E leva para longe
Esta incerteza...
Este meu desgosto!
Vem!
Sopra sobre mim!
Pesadas estão as minhas mãos
Que não desarmam
Baralham-se
Confundem-se
Desalinham-se
Desarticulam-se
Que se cuide a natureza
Que me deu este estar
Pois a irei combater
Para ser
E o céu pode esperar
Que Te importa que continue
Qual o mal que isso Te trás?
Traz-me vivo na esperança
Eis a Tua fortaleza
Que aliada à minha fraqueza
Me renova
E cresço
Eu me alindo
E deslindo
Quem me dera ser
Quem sempre quis ser
O céu pode ir indo
Indo para onde quiser
Que espere, pois não estou preparado!
Coloca Tuas mãos nos meus cabelos
E deixa-me de novo sorrir
Rogério Simões
24-01-2005