comida

à janela

multidão grita:

as palavras

não chegam

apenas o dor

que bate no

muro do peito;

O espaço composto

não é tijolo, é osso

encarnecido

doido de saudade

de uma vida menos

pronta...

e meus versos voa

na estrada dessa gente

que grita, que cobra

mas de nada sente...

será necessário o mundo

tão diferente, ou será

a multidão burra

que briga pelo

não sente... e não cobra pelo que se sente...

penso em pular

nesse córrego

morto, nesse

jogo de esgoto...

e quem vai cuidar

da sala (do lado de cá da janela

tão bonita, tão ela...

que bem

ou mal cuidada, me assina o paladar?