UMA RESPOSTA NO AR
Uma resposta no ar
Seus olhos fitando-me perguntam
o que minha boca teima em calar
eles lançam faíscas interrogativas
que vêm de sua alma a tremular.
Suas mãos ansiosas gesticulam
o que minha boca não quer proferir
elas formam figuras apelativas
que o sucumbem de tanto insistir.
Sua voz intrépida ressoa
o que minha boca não quer confessar
ela se espalha pelos rincões
deixando meu coração agitado ficar.
Seus passos ligeiros adentram
o espaço que ocupo sem lhe dar lugar
eles percorrem as trilhadas deixadas
por meus pés em todo lugar.
Seu corpo imóvel agora denota
o que de pronto não se há de negar
ele é o reflexo de sua ansiedade
à resposta que fica suspensa no ar...