O Punhal
Estremeceu sobre o solo;
Disse o nome de Jesus;
O corpo banhado em sangue;
Morreu Maria da Luz;
Como num quadro dantesco,
Jazia ela no chão;
Morreu aos dezesseis anos,
Com punhal no coração;
Ela abriu os olhos negros;
De surpresa e de espanto;
Rezou a Deus uma prece;
O seu último recanto;
O corpo alvo caiu;
E o som do peso no chão;
É ouvido até hoje;
Sempre traz inquietação;
O corpo alvo e o sangue;
O punhal no coração
São gravados na memória;
Do som do peso no chão;
A carne macia e alva
Perfurada pelo mal
Atormenta até hoje
O inocente punhal.