UM CARVALHO UM CREPUSCULO UMA ANCIÃ
Ao pé deste carvalho nasce a sombra
As palavras da lapide não contam estórias
Ao sul deste vale morre o dia
O jardineiro hesita diante da rosa... e não se atreve
Ao fim deste dia houve lagrimas
Cortejos silenciosos e lamentos
No muro deste lado existem frases
Brados revoltosos contra o mundo
Nas pétalas daquela flor caminha o inseto
Mero besouro que nem chegara a ver a lua
Nas mãos da anciã pende o retrato
Velha imagem preta e branca e amarrotada
Uma antiga memoria rota
Na borda daquela cruz esta a vela
A vela triste cuja chama não tremula
Distante daquela cena esta o homem
Sem véus sem segredos...
Sem amores
Do outro lado do velho muro esta a cidade
As pessoas que estão lá não se importam
Sobre aquela lapide chove hoje
O pranto diluvial da velha senhora
Hoje outro romance feneceu
Debaixo daquela terra jaz outro romance
A velha chora...
Impaciente um homem observa...
O mundo não percebeu...