Sertão
Passeando
pela estrada
a fora
os ponteiros do relógio
derretiam
pele seca e suada
borbolhas
sem rolhas
pequenas manchas
solares
estrelares
a lua tímida
escondeu-se
nas barbas do profeta
o tilintar da espora
em sincronia
com o gargalhar
das amoras
toda a mataria
toda a calmaria
toda a bicharia
tinham pena
dele ali
naquela cena
o sertão
não era árido
o sertão era a escuridão
daquele ser
perdido