Sertão

Passeando

pela estrada

a fora

os ponteiros do relógio

derretiam

pele seca e suada

borbolhas

sem rolhas

pequenas manchas

solares

estrelares

a lua tímida

escondeu-se

nas barbas do profeta

o tilintar da espora

em sincronia

com o gargalhar

das amoras

toda a mataria

toda a calmaria

toda a bicharia

tinham pena

dele ali

naquela cena

o sertão

não era árido

o sertão era a escuridão

daquele ser

perdido

Raphael Prisma Celeste
Enviado por Raphael Prisma Celeste em 06/12/2012
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