VELHOS COMPANHEIROS
Estão todos diante de mim
Enfileirados...
Quase de forma marcial
Mármore e cimento
Tijolos e terra
A ultima morada
A derradeira
Eu falo com você Fabio
Quantas conversas nos deixamos de ter?
A imprudência o levou em uma manhã chuvosa
E o que não foi dito... permanecerá inédito
Agora falo com você Joana
Sim... falo com você
O patinho feio que virou belo cisne
Lembro-me de você chorando em meus braços
Uma dor tão grande que permeou meu ser
Oh Joana teu sangue jorrando no banheiro
Nunca mais suas lagrimas...
Nem o raro sorriso...
Nada seu... nunca mais
Agora é você Cezar...
Falo com você palavras que nunca pudestes entender
Ainda vejo teu sorriso falho
E tua triste lenda ainda reverbera nas decadentes ruas daquele bairro
O que te calou naquela noite?
Que estranha cor era aquela em teu rosto?
Mistérios que se foram com você
Para onde foi você Maria?
Por que partiste deste jeito?
Hoje minha visita não recebe teu sorriso
Nem hoje nem nunca mais
Maria você se foi tão calada
Tao distante...
Eu chorei por você
Eu os vejo e os deixo velhos amigos
Vou partir com gosto de cinzas na boca
Algum assombro...
Talvez algum medo nos olhos
E uma duvida
Quando eu também me for caros colegas...
Quando eu também vier me juntar a vocês...
Quem me fara visitas?