Há um maravilhamento indefinido

por coisas que talvez jamais serão

nesse toque escondendo-se da mão

ao pôr sentido.

Há vozerios dos céus e dos infernos

na clausura da alma à vastidão

de que exista algo maior no coração

depois do externo.

Há nessas multidões de um peito só

badalando a aparência escondida

de essências que jamais chegam à vida

ou mesmo ao pó.

Há forças sobre-além dos oceanos

e nunca vão dizer das águas vivas

ao primeiro espumar em que derivas

o sal dos anos.

Há no uníssono perto que se evade

nos últimos flautins do Universo

chamando o desespero do diverso

de unidade.