Um ser_tão

Deitei-me a sombra no sertão

Cerca-me o sol

Seco é esse chão

Certo é o anzol

Que não segue uma só direção

Quando decide

Segura o desejo

Feito água corrente

A fome é tanta,

Que quando transborda, é sede

Cerca-me o sol

E o sertão, assim?

E eu, o que sou?

E o ser, tão assim?

Sem chuva, sou seco

Sem sol, sou chuva

Com sol, sou sombra

Sem sombra sou sede

Sem sede, sou fome

Sou fome, sempre!

Sou, sempre assim

Um ser_tão normal...

Sejam sempre bem vindos!

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Enviado por Sidney Muniz em 04/12/2012
Reeditado em 04/12/2012
Código do texto: T4019229
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