como se ja nao tivesse vivo
Não me instalei no casco
do navio como lodo
ou como limo velho
que ali se aloja...
nao instalei nas bordas
do estômago, na comida
estragada ou nas vertigens
dos amores antigos...
nas ramagens do feijão
na goteira que ninguem
concerta ou na surra
que o vento dá flor
da mangueira...
eu não me instalo
no que é feio
e no que é bonito
vivo acima das coisas
acima do mundo,
como se ja não tivesse
mais vivo...