[Inominável Solidão]

Sim, é inominável a solidão

desta praça entardescente...

No compasso do meu sentir,

os passantes, os pássaros,

os cães, e até as árvores são

fantoches na vertigem da vida!

Estou só,

estou sem rumo,

estou largado na vida,

estou sem amor,

estou sem um cheiro,

ainda que à distância...

É uma tortura esta tarde assim...

Próximo da esquina

[ah... a esquina, sempre a esquina!]

o meu carro jaz inerte,

sem uma vontade tripulante,

parece chamar-me — vamos?!

No entanto, à beira do abismo,

eu deslizo, e apenas oscilo...

___________

[Penas do Desterro, 18 de novembro de 2005]

Caderninho das Cidades Mortas, p. 29

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 02/12/2012
Código do texto: T4016146
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.