como a dor do mundo
Era a casa antiga
de esmalte e goteira
era outra, que não
essa: um sonho de
besteira... ( tecnologicamente
às marcas da mão)
era sólida e líquida
eram duas, bem bonita;
as manhãs passava pelo
telhado, e pela janela
ouvia-se um mundo
de grito, das mangueiras
que beijava o vento
e o sol era rei, amarelo
ou vermelho, são coisas
dispersas, que penso
que sei...
[ E o amor
me dava banho de sopro
e geleiras inteiras descortinava
minhas tardes]
e meus olhos alumiava
a vida de outro jeito..
que esse, cheio de defeitos..
foi a primeira vez
que vi um sorriso
um cuspe quente
vindo do céu que caiu
na janela: era o verão
que despontava na serra...
era novo, era desfeito
de tudo, liso, corporalmente
quente, e ria de tudo...
E não lia esse tédio
como a dor do mundo