Pobreza
"Pobre homem!
É pobre,
perdeu a mentira
que trazia nas pernas"
e os ombros apontam
para as beirada do barro
dos açudes
e todos
que de bandeira içada
ainda se lembra
de quando a terra girava
e somente esperança
corria nas veias do povo
mas o tempo é dos loucos
de adereços, o tempo
corre da gente como
a gente corre da fome
e da carne que um
dia sacudiu nossa vida
para a morte....
e no alto da angustia
onde somente
a morte dança,
vejo sombra senis
escaldadas, de asas
tortas, se ajeitando
envergonhados de não
ter mais o mesmo
aço, a mesa coragem
que se brotava da
terra como árvore
que já foi semente...
se ludibriando
diante dos olhos
dos corpos
que se amassassam
à chucra vontade
ser...
Pobre, homem!
É pobre!