O Não Poeta ao Mundo
Como posso me chamar de poeta
escritor, ou seja lá o que for!
enfeitada é minha escrita
cheia de sofisticações
rimas forçadas, palavras cruzadas
mas poucas ações
Um poeta de verdade
cruzou meu caminho
em minha cidade
que não ando sozinho
e seus versos simplórios
cheios de emoção
me encheu de orgulho
e aqueceu coração
De minha cidade, amada por fora
odiada por dentro, doente
tristonha e sorrindo, abraçando os carentes
mendigos doando, e ricos fingindo
tanta soberba, que quero fugir
fugir para longe, fugir para o mar
olhar o horizonte co' sol a brilhar
seguindo em frente sem se preocupar
Ah esse mundo azul
tão belo e tão lindo
tão cheio que riquezas
vendida à misérias
de tão asperezas
Pêsames meu mundo azul
destruindo-te aos poucos
gritando os louco
que não podem ver
o mundo com os olhos
de quem vai nascer
a se eu pudesse
pra longe levaria,
fugiria contigo
pr'outro lugar
onde os humanos
não possam te encontrar
Árvores caem, manchando o terreno
minha terra! Terra que é minha!
tomam minhas posses, que não são só minhas
quieto ficamos, deixamos levar
deixem o tempo, e o vento deixar
Marquem as pedras, marquem as árvores
com o tempo esquecidas, mas no mundo marcadas
serão sempre lembradas
pelo mundo que deixou
minha mãe a chorar
pelo filho que herdou