Grito de Porcelana

Minha voz deu um salto pela janela aberta,

despencou livre no volume e na mensagem,

paisagem em queda, poente do último alerta,

silêncio que se edifica no ar, na aterrisagem.

Foi assim o meu grito alado, aliado soldado,

na minha guerra ao silêncio, ao desatino do só,

e ferido de morte, o meu destino amordaçado,

pulou junto ao som, no abraço fechado do nó.

O objetivo e o instrumento numa mesma porcelana,

fiz assim, como artesão, o meu urro e o meu norte,

meu caminho aguerrido para a liberdade soberana,

deixei para além meu final, que alguém o desentorte.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 01/12/2012
Reeditado em 01/12/2012
Código do texto: T4014170
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