Minha Helena
À
Minha Helena.
Ela tem suavidade nos gestos e no andar
Seu olhar embora esperto, deixa aparecer,
Um que, uma incerteza, que está a incomodar,
Esta é a Minha Helena, que vou dar a conhecer.
Suas mãos são delicadas tais como o veludo,
Sua voz soa suave, como som vindo da Avena,
Que a pastora à tarde toca, e ouvindo me iludo,
Sua presença é doçura, pois doce é Minha Helena.
Sua aparência delicada é de impar formosura
Porfiam-se os poetas, na mais sagrada arena,
Esgrimindo com palavras, na nobre propositura,
Cantar seus encantos, que formosa é Minha Helena.
Já na Grécia existia, mulher de grande beleza,
Esposa de Menelau, de quem Páris, tirou Helena,
Pra viver um grande amor, ofendendo a realeza,
Amor pelo Rei proibido, como o de Minha Helena.
Menelau esposo ofendido, com ódio se envenena,
Declarou guerra a Troia, e com isto demonstrou,
Que seu ódio era maior, que o amor por Helena,
Troia tombou vencida, mas Helena triunfou.
Os amores impossíveis, como o de Páris e Helena,
De Tristão e de Isolda, de Pedro e Inês de Castro,
Que a tirania pôs fim, manchando o alabastro,
Fado assim não tenha, no amor, Minha Helena.
Esta menina esguia, de voz suave e serena,
Tem sim tantos encantos, que está a esconder,
Como a colina, o sol, raiando ao amanhecer,
Igual magia escapa, do olhar de Minha Helena.
Homero e Vergílio, nos seus versos louvaram,
Como a bela mulher, deusa de loiras melenas.
Que Reis e Príncipes, aos seus pés ajoelharam,
Pra te dar igual valor, só poeta, Minha Helena.
Primavera de 2012
Urano