Iracema
Quem me vem aos olhos
Me fazer sonhar?!...
Cativar a alma,
Sem segredar.
Não tem nome?
Não tem idade?
Ô meu Deus!...
É a virgem de Alencar.
Quem diria,
Em dia privilegiado,
Ser apresentado a Iracema,
Sob o valsar da lua cheia,
Que fez as moças, de Brasília a Roraima,
Desenharem com os pés um coração na areia molhada;
Que faz a brisa, confessar do Mucuripe a Jericoacoara ,
Em palavras sedentas na garganta ainda seca do sertão desse Ceará,
A saudade de todas as horas.
Saudade daquela cidade,
Cujas meninas, brincavam de rodas sob os versos do sabiá.
Ô meu Deus!...
Essa virgem de Alencar.
Quem diria,
Sob a valsa de uma noite amorenada,
Apreciar as ondas em risos fartos quebrar na beirada;
Recomendar as palmeiras dos coqueirais,
Que falem mais alto, do que o idioma importado.
Deslumbrado eu fiquei,
Quando me senti abraçado,
Convidado por Raquel a deitar meu cansaço,
No colo materno dessa terra,
Para sem medo amar além dos apaixonados.