NASCIMENTO
O poema é como a Amada,
tem mãos finas
e unhas pintadas.
Entre o choro e o riso
o poema nasce.
Na solidão dos seres,
na dimensão do adeus.
Nasce o poema
entre o sal e o esperma,
geração de pedra
e pó.
Enfim, na leveza do ar,
o poema deve ser
resfolegado
entre a razão
e o aço.
Passo por passo.
– Do livro OVO DE COLOMBO. Porto Alegre: Alcance, 2005, p. 21.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/40115