Calmaria
Calmaria
São teus olhos nos meus
São nossas mãos dadas
Nossas longas madrugadas
O lado de dentro do teu abraço
O tempo e o espaço
Entre as nossas bocas
No exato momento do beijo
O chão do quarto
As nossas roupas
O silencio vazio do desejo
Calmaria
É o mar de solidão
Que hoje eu navego à toa
Que hoje eu navego em vão
Alma que de mim partiste
Sem ti nada existe
Sem ti não tenho mais como
Sem ti não consigo estar
É tanta falta de vento
É tanta falta de ar
Calmaria
É todo esse imenso mar
esse mar de abandono
Que eu navego dono
Nas eternas vigílias quietas
Que atravessam meu sono
Benditos são os poetas
Que fazem da ausência da mulher amada
Uma longa caminhada
Numa tarde calma de outono