à boca da quarta-feira

E as palavras descem

o rio de seus lábios

e compadecem

da boca seca dessa quarta-feira;

cheia de luz e devastadas de

lembranças que roncam

como o motor de um fusca

à cancela de meus ouvidos;

entre uma veia e outros

vidros que passeia diante

de meus olhos, o dezembro

me acena, grita pelo

meu nome no meio da praça

da feira.... ( as barrarras vendem

os mistérios do estômagos)

guardo aqui, nas costas

do paladar e nas frieiras

da língua o gosto desbotado

daquela casa,

( que à plena luz do dia ousei

ser feliz....não tinha nada

e dentro desse nada compreendia a negritude

do dia..) voroz como um bicho que come gente

pra matar a fome )

e minhas estradas se multiplica

e todos parecem a mesma

manchada de agonia e solidão..

como se no mundo existisse

apenas eu, insuficientemente

espelhado nas pessoas que

passam e não me olham de volta

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 28/11/2012
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