à boca da quarta-feira
E as palavras descem
o rio de seus lábios
e compadecem
da boca seca dessa quarta-feira;
cheia de luz e devastadas de
lembranças que roncam
como o motor de um fusca
à cancela de meus ouvidos;
entre uma veia e outros
vidros que passeia diante
de meus olhos, o dezembro
me acena, grita pelo
meu nome no meio da praça
da feira.... ( as barrarras vendem
os mistérios do estômagos)
guardo aqui, nas costas
do paladar e nas frieiras
da língua o gosto desbotado
daquela casa,
( que à plena luz do dia ousei
ser feliz....não tinha nada
e dentro desse nada compreendia a negritude
do dia..) voroz como um bicho que come gente
pra matar a fome )
e minhas estradas se multiplica
e todos parecem a mesma
manchada de agonia e solidão..
como se no mundo existisse
apenas eu, insuficientemente
espelhado nas pessoas que
passam e não me olham de volta