Canteiros do Céu
o jardim primeiro é preto
custa um pouco a roxear
deu tempo de ir ao banheiro
fumar um cigarro alheio
fazer este poema
ate chegar a hora rosa
colher entre os dedos a
aurora de infancia la fora
que aos poucos desabrocha
num gesto leitoso e úmido
neblina abraçada ao mundo
fez seu casulo num beijo
que o homem namora
no amor em si mesmo