IMPERMANÊNCIA...
Meus gestos andam nús,
despidos de roupas e de rancores,
indigentes, sem calor...
Meus quereres andam tímidos,
medonhos, afobados;
não sabem o que tenho e o que sou...
Meus deveres andam capengas,
atrasados, rebeldes;
sem pressa e sem valor...
MInha sanidade; perdida,
contraída, à milhas de distência
de onde estou...
Já fui chuva de água bôa,
rosa banhada em pranto.
Já tive gestos ritimados
feito um balé de andorinhas.
Hoje, lavo os olhos ao final dos sonhos,
na tensa cidade que me habita
sustentada de pedras e pó..., mais nada!