OBSESSÃO
Desconfiada eu já estava
que era obsessão,
querê-lo de qualquer jeito,
ele me querendo ou não.
Sentia-o dormindo ao meu lado,
com um braço a me enlaçar,
se brincasse até sentia
ele meu nome murmurar.
Se andava pela casa
ficava a procurar
vestígios que dissessem
que ele iria voltar.
Na varanda, até agora,
já semanas a se passar,
as pontas dos cigarros
faltou coragem pra tirar.
Foram eles, os cigarros,
que o ajudaram a me deixar,
quando com a fumaça viajava
com outras mulheres a imaginar.
E com esta febre ardendo,
chegando quase à convulsão,
senti que era preciso me libertar desta obsessão,
de um amor que é passado,
eu querendo ou não.