OBSESSÃO

Desconfiada eu já estava

que era obsessão,

querê-lo de qualquer jeito,

ele me querendo ou não.

Sentia-o dormindo ao meu lado,

com um braço a me enlaçar,

se brincasse até sentia

ele meu nome murmurar.

Se andava pela casa

ficava a procurar

vestígios que dissessem

que ele iria voltar.

Na varanda, até agora,

já semanas a se passar,

as pontas dos cigarros

faltou coragem pra tirar.

Foram eles, os cigarros,

que o ajudaram a me deixar,

quando com a fumaça viajava

com outras mulheres a imaginar.

E com esta febre ardendo,

chegando quase à convulsão,

senti que era preciso me libertar desta obsessão,

de um amor que é passado,

eu querendo ou não.

Suely Sousa
Enviado por Suely Sousa em 27/11/2012
Código do texto: T4007256
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