Inacabado

Rascunhei aqui

(Sem pensar)

Ali

(Era para ser)

E Lá

(Nem pensar)

Uma palavra

(Uma pedra jogada)

Um sentido desconexo

(Nuvens encobrindo o sol)

Um ponto fora do lugar

(Como colocar um ponto afinal?)

Uma vírgula

(Cheio de nós adiante)

Reticências...

(Assim era para ser e assim sempre será)

Um olhar pela janela

(O que sería de mim sem esta abertura?)

Cocei o queixo

(Barba por fazer mostra que o tempo não descansa)

Aumentei o volume do som

(Músicas ferindo o coração)

Mais um parágrafo

(Estes dias que nunca acabam)

Risquei as últimas palavras

(Que nunca deveria ter escrito)

Sorri para mim mesmo

(Quase descobri a minha verdade)

Mas voltei à poesia

(Nem sempre é bom re-ligar)

Com outro olhar

(O que faria se fosse eu?)

E se mudasse o sentido?

(Sem querer, sem acreditar?)

E se procurasse outras idéias?

(Seria como trocar de roupa mantendo as mesmas cores)

Sorri novamente

(Disfarçada é a nossa indiferença)

Como refazer um poema?

(A Ilusão é melindrosa)

Como refazer um homem?

(Um perfeição que nunca existirá)

Os meus poemas são como eu para a Vida... Sempre Inacabado.

Inacabada Sempre...A Vida para mim é, como são os meus Poemas.

Robertson
Enviado por Robertson em 26/11/2012
Reeditado em 26/11/2012
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