O último beijo na montanha cinzenta
Conspira-te em mim
a tua sábia demência
e se afugentas para
o alvo da montanha cinzenta
Vês que a flecha não acerta o meu peito,
mas, sim o teu corpo,
que agora se encontra
estendido nesta montanha ,
junto ao meu corpo,
que já havia sido morto
antes mesmo do último beijo.
Pude perder a cor
depois que o ar se foi,
mas um outro ar ressurge
e se perpetua por entre a neblina.
Entre o teu sopro seco
e minhas respiradas cinzas,
eu respiro tua demência.
Adeus montanha!
Um outro ar morre
antes mesmo do último beijo.