O José de Drummond
Quando o poeta disse “E agora José?”
Nunca pensei que José chegasse aos dias atuais
Em cada cidadão brasileiro,
Que se olha no espelho, e não sabe o que faz.
Quantos Josés morrem vítimas da própria sociedade?
Quantos Josés se calam vítimas da censura?
Quantos Josés passam fome vítimas da má distribuição de renda?
É José nada mudou...
Você que veio de tão longe, de 1942,
Continua marchando sem saber aonde vai,
Continua sem poder gritar, gemer, dormir ou morrer em paz.
E agora José?
Talvez Drummond tenha a resposta:
“Você não morre, você é duro, José!”
Pobre criatura, continuará rompendo séculos
Sendo o mesmo José!