Corpo em chamas II
Os versos que trago
São palavras que sangram,
São letras que clamam,
São versos vorazes que
Incendeiam o corpo
Levando minh’alma a combustão.
O fervor brota das minhas veias,
Em fúria converte-se.
Vou iluminar as mentes
- Que mentem!
Serei brasa em seus olhos,
Serei calor ao corpo,
Serei chama na noite fria,
Serei dia a noite escura.
Um sinal no céu
Alarme da revolução
- Façam correr
- Façam valer
A aurora
Que brilha
Aos poucos
- Corajosos
Que lutaram,
Que sangraram,
Que queimaram seus corpos
O vento abraça minhas chamas
Beijando minha dor
Transformando em refrão
- O meu grito
O que me consume é a dor!
A injustiça faz fervilhar meu sangue,
Sangrando labaredas
Contorço-me em praça pública
Sou brasa!
Sou o grito aflito
De um povo sem bandeira
Sou chama!
Sou o clamor emergente
Dos esquecidos na mente
Sou luz!
Que ilumina o caminho
Que leva a liberdade.