SOMBRA DO NADA
SOMBRA DO NADA
Sem ti, eu sou uma carta fora do baralho,
Sou navio sem porto, à deriva, sem direção,
Passarinho no chão, triste sem árvore, sem galho,
Sou os acordes de uma serenata sem violão.
Sem ti, parece que o tempo, até não passa,
Vivo mergulhado na danada da cachaça,
Abraçado numa triste sina sem graça,
Esperando a tua volta que não chega.
Sem ti, as minhas lágrimas secaram,
O meu coração como uma pedra endureceu,
Os meus olhos não mais brilharam,
A minha alma de solidão entristeceu.
Sem ti, eu não consigo sequer sonhar,
A minha vida virou pesadelo,
Em outra coisa eu não sei pensar,
Desde que ruiu o nosso castelo.
Sem ti, sou sombra do nada,
Perdida na encruzilhada,
Amargando o duro dissabor,
Da falta de um grande amor.