Percepção

Havia um menino que modelava sonhos em cera colorida

Um sofá

Um casal de mãos dadas

Um cão ao lado alternava

Um olho abria

Outro fechava

Havia uma mesinha sobre um tapete

Uma criança desenhava castelos

Sorria

O tempo voou sobre aquela cena

Foi quando o menino que modelava ideais em cera colorida

Percebeu

Não havia mais sofá, mesinha, tapete

O cão morrera de saudades

Era o pó de cinza sobre ausências

E o interminável discurso de silêncios