Sonhando em ser colibri

Sonhando em ser colibri

Quero fazer uma canção de amor

Em meus versos dor: Pediram-me...

Reinvento-me

Alegro-me

Passo léguas longe de mim...

Os que mais amei não mais existem...

E são tantos que viraram Luz

Cego-me olhando os céus coalhados de estrelas.

Uma agonia, quando piso tábuas corridas

E sinto o gargalhar de suas pisadas

No eco dos passos...silenciosos passos, agora.

E nossas conversas noite adentro...

Como as noites são pequenas, quando não são insones.

Louvo a quem amo e sempre amarei

Deitado em nuvens de algodão: Em silêncio

Ouvindo o silêncio do universo...

E sussurros de vozes familiares tímidas em meus ouvidos

Como se não quisesse quebrar o encanto desse momento!

Inventar-me-ei soluçando?

Queres que eu seja o que estás imaginando?

Não!...O que queres nunca serei...

A árvore de mim, criou profundas raízes

E vou curando cicatrizes com boninas

Das minhas janelas, só vejo verde

E como crescem as Palmeiras Imperiais...

Curvo-me ao verde das folhas escrevendo

E a felicidade me sustenta como se fora terra

Onde me desfaleço com os pés descalços

E colho alface e couve na horta

E alguns hibiscos para enfeitar a mesa

Não posso esquecer dos incensos...Arana pode chegar

Será que tenho patchouli?

Acho que vai se deslumbrar com o equilíbrio dos beija-flores

Tentei uma canção de amor e de amores...

Um blues romântico feito tu.

Cadê meu disco preferido de Sarah Voughan?

Não acho...Sinto vontade de encolher-me

E chorar um pouco...

Depois virar tronco novamente

E colocar os pratos na mesa com minhas mãos-galho...

E servir-te à moda mineira...

Foste embora.

Levando nos braços bouquê que fiz pra ti.

E os incensos?...Coloquei-os "no cesto sem nós"!.

E as minhas sandálias? Vais descalça...ficas melhor assim...(risos)!.

Um tímido aceno e muitas alegrias...

A tarde me alcança como se fora relógio

Nessa odiosa pontualidade.

Só eu sei....

Os buracos por que passei, só eu sei...

Sonhando ser colibri...

Adoço as asas dos ratos, coitados...

Quem inventou a ratidão?

A ingratidão?

Quem inventou os porquês?

As mentiras?

As maldades?

A inveja?

O talvez!....

Tudo deveria ser sim...O sim é azul

O não, não tem cor!...

Tony Bahia.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 25/11/2012
Reeditado em 26/11/2012
Código do texto: T4004126
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