Retratos Mascarados de Alegria
Estes espinhos espalhados na estrada
Como lanças impostos na caminhada
Impiedosos sangram amargo pranto
A verter no descontrolado desencanto
Este silêncio que emoldura frias noites
Cortado pelo som do impiedoso açoite
Que indiferente chicoteia a existência
Surdo ante das súplicas por clemência
Salgadas lágrimas que o existir inunda
Sepulta expectativas em cova profunda
Solidão vestida de dissimulados sorrisos
Caos descortinado neste porto impreciso
Retratos ocultados sob a ilusória alegria
Poderosas máscaras sufocam a nostalgia
Existências descartadas impiedosamente
Agonia que torna os corações dementes
Clamam tais almas pela paz e serenidade
Gritam no peito o despertar da felicidade
Sob o manto da esperança clamam vida
Bálsamo de paz capaz de cicatrizar feridas.
(Ana Stoppa)