Eternidade
E a vida foi sendo tomada de assalto
As revelações do absurdo
Ganharam um espaço descabido
Respirávamos o impróprio
Delirávamos os cheiros
Buscávamos o olhar
Os corpos que ora se apresentavam
Eram burilados com despudor
O sexo era apenas carnal
Mas o instinto te procurava
Nas bocas beijadas
Nos abraços febris
Tenho espasmos de meninice
Que só a ti revelarei
Tenho caricias mais doces
Que só a ti darei
Pq me vejo consumida pelo desejo
Despida do predar constante
E as muitas faces do meu ser
Te buscam
Em vão
Nos corpos que toco
Nas peles arrepiadas
Nas súplicas e juras de amor
Que não quero mais ouvir
Sinto que serei sua
E não existirá volta
Tenho medo
E vontade
Arrefece o ar que respiro
Sei que será meu dono
Que mudaremos o destino
E na estrada ficarão os amantes
As mulheres de sua vida
Os homens suplicantes
E nada poderemos fazer
Além de sorver do destino
Um correr ladino
Para o lugar onde
Os corpos se deitam
Onde o amor tem a força
E o ardor
Da eternidade...