Na pipa ou na lata?
Achava que valia aqui uma poesia,
desfolhei uma pá de picardia.
Correram,
só ouvi gritos roucos
dos filhos da puta.
Me fuderam.
Todos os socos
são mesmo loucos
no olho
na lata
no meio da cara
cusparada pisadela
cabeça apertada.
Quase sem vida
rastejando dentre as patas
da fila desfalecida,
procurando ainda
trocaria por uma fita,
no meio dessa boiada de gente burra
medrosa
não achei ninguém que me desse resposta.
Dou-lhe todos eles
para não sair da fossa.
Brisa boa
secou o sangue
o resto bebi
assumo aqui não perdi
mesmo assim nem quero sorrir
foram três dentes da frente
lá pra frente
bem pra longe de mim.
Prendi,
o choro.
Usei de consolo.
Liberdade sob fiança,
a preço de ouro
sou realmente um beberão tolo.
A pipa no bolso
e a lata na mão
todo o meu desgosto
é ser zuqueiro por profissão.