Et Mortis (Canto da Morte)
Et Mortis (Canto da Morte)
Ilumine o chão que está vazio,
As correntes predem paços, pés, arrepios.
Escuta-se o silêncio na voz de um trovão,
Que ecoa ensurdecido, retraído neste vão.
Pois, se assim vier a adormecer,
Os seus olhos não contemplarão,
Que alguém está velando por você.
Ainda resta-lhe um silêncio aflito,
Sensação que abusa seus sentidos.
Nesta hora atina que está perdido.
Orações perdem a força de voar,
Um suor que escorre frio parece devorar.
São batidas que retraem o coração,
Quando seu pulsar remete uma explosão.
Porventura um olhar revela a dor?
Possuindo sua alma com rancor.
Fazei mais uma noite lhe trazer horror.
Tens o alívio quando vier se entregar,
Pois a morte lhe conduz ao descansar,
Nesta hora o mundo afora se faz silêncio.
São segundos que parecem tão eternos,
Eu te abraço forte com meu jeito terno.
Bem agora, minhas mãos apagam a memória...
É assim por tantos anos, reescrevendo a história.
Victor Cartier