Golfada de perfume
feito de nó ( Andrade de Campos)
Entre as talas
De folhas morrendo
Os vergões passando
Nas pernas finas,
O osso cálido
Desfeito de carne
Só o branco desafiando
o dente da terra...
No céu azul
Que despenca
Do gosto de um clitóris
Descaroçado...
( um sino, um tilintar ante
o punhal que perfura) : "o fruto que é
cego, dependurado
sob o asco de qualquer pasta na memória...
O medo fino, um latido alto
que varre forte: “um tufão!”
Sob as águas turvas:
A corrente que amarra
A língua que esculpe cada
Palavra que vem do estômago...
E terra com sua boca
de fome mastiga, e
mais adiante: "um rasgo no tédio? "
cospe sobre o mundo:
"uma golfada de perfume"