ULCERADA ALVENARIA
Respira o que tem de ligeiro
que esse momento é incomum.
Não sou eu nem o presente perfeito.
É um tempo esquisito, passageiro.
Recorte de um atmo de ausência,
de ruas vermelhas e casa reduzidas...
igrejas acanhadas, feiras tímidas,
gritos sufocados e vergonhas escondidas.
Cigarras morrendo de tanto cantar,
cachorro indolente que não sabe seu lugar,
cheiros realistas sem condimentos,
sorrisos de dentes faltosos e lamentos.
Tristezas guardadas em anáguas nude,
um rosa empoeirado e sem assunto...
Barulho de palha e faca escorregadia,
uma infância de nanométricos dias,
engolidos pelo assombração da noite fria.
Aí é que reside o senso da fotografia.
Uma pintura única guardada sobre a soleira.
Envelhecerá e me tomará de assalto, talvêz,
quando resolver um dia parar, falar..depois esquecer.
Isso tudo irá, como foi o carro de semoventes....
para algúm lugar em que em algum momento
decidiu-se que aquela seria a última vez.