FIEL À VIDA SECA
Todos os que já fecharam os olhos para escutar o seu preferido acorde
Sabem o que é sentir a falta de algo que sempre falta palavras para explicar
Todos os que gastaram a pena em sangue derramado para exaltar a morte
Sabem o que é a pureza de versos simplórios para falar do verdadeiro amar
Em tudo que é vazio e vago se faz, hoje, no mundo insólito, o inteiro e o preciso
Por serem secas as palavras onomatopaicas pela fabianização dos dizeres secos
Da vida seca, se tornou muda a lira de um momento que desejava nunca ter visto
E ficou escondido todos os sentimentos encobertos pelo seu ser maior, o medo
O pequeno som que é assimétrico, já que estética nunca foi e nunca será nada
Não atinge as Sinhás Vitorias de vidas molhadas pela falsa decepção do querer
Pois ainda se rendem ao grotesco de um mundo que não queriam e não sonharam ter
A cama de fita de couro, desejo simples, foi trocado pelo revestimento de bancos
O alimento de filé de papagaio se faz das suas palavras soltas sem ter o que dizer
Escuto, olho e vejo do soneto a ausência da fidelidade em sempre e tanto o seu ser