FIEL À VIDA SECA

Todos os que já fecharam os olhos para escutar o seu preferido acorde

Sabem o que é sentir a falta de algo que sempre falta palavras para explicar

Todos os que gastaram a pena em sangue derramado para exaltar a morte

Sabem o que é a pureza de versos simplórios para falar do verdadeiro amar

Em tudo que é vazio e vago se faz, hoje, no mundo insólito, o inteiro e o preciso

Por serem secas as palavras onomatopaicas pela fabianização dos dizeres secos

Da vida seca, se tornou muda a lira de um momento que desejava nunca ter visto

E ficou escondido todos os sentimentos encobertos pelo seu ser maior, o medo

O pequeno som que é assimétrico, já que estética nunca foi e nunca será nada

Não atinge as Sinhás Vitorias de vidas molhadas pela falsa decepção do querer

Pois ainda se rendem ao grotesco de um mundo que não queriam e não sonharam ter

A cama de fita de couro, desejo simples, foi trocado pelo revestimento de bancos

O alimento de filé de papagaio se faz das suas palavras soltas sem ter o que dizer

Escuto, olho e vejo do soneto a ausência da fidelidade em sempre e tanto o seu ser

Literatto Brasil
Enviado por Literatto Brasil em 21/11/2012
Código do texto: T3996781
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