O NASCIMENTO
Do epitalâmio recitado com imenso e irônico fervor escuro
No casamento do que não foi do meu não ser comigo mesmo
Nasceu a luz que nada ilumina na ausência de lugar no mundo medo
A recusar moedas impostas e sedutoras para provocar o furo
Gêneses de um campo desflorado incomum e sujo
Não há poder capaz de transformar em tocar de um dedo
A passar pelas cordas das liras desafinadas da falta do inteiro
Parte pela parte se faz a arte em fragmentos do invisível muro
Nasce o canto do desencanto das belas imagens programadas
Em várzeas de infértil solo no qual as flores são fabricadas
Forçadas a nascer em cesárea desumana em falso encantamento
Palavras novas em mundo novo não importam o quanto são usadas
Pela imensidão insana de prazeres propagados, vão permanecer caladas
Ainda que tente, nada interrompe o som sujo entoado em meu casamento