POETA SURDO

Tão perto da imensidão de não ser

Por longe estar da linha do bem querer

Mergulho em sensações contraditórias

Da tão desconstruída trajetória

A trazer à tona personagens desconhecidos

Em um enredo que não se faz amigo

Tão gelada és a tua vitória

Que em anos de falsa glória

Lutou de mãos atadas contra o nada

Caminho perdido nessa longínqua estrada

Sem fim, longe de um lugar comum

Em falar de amores, cito nenhum

Ao se aproximar de um olhar profundo

Não vê a imensidão de meu mundo

Verso em vão, minhas palavras no chão

Ditas em folhas secas para o acaso levar

E chegarão a um coração que sabe amar

Mesmo que não chegue, elas vão resistir

Por tanto resistir, sempre irão existir

Ainda que a voz seja silenciosa

Nessa concessão que se faz tênue

Dedicação simplória de quem se pinta para fugir

Em metáforas tão claramente mudas

Então, meta fora o poeta surdo

Literatto Brasil
Enviado por Literatto Brasil em 21/11/2012
Reeditado em 21/11/2012
Código do texto: T3996652
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