VOZ SILENCIOSA

VOZ SILENCIOSA

Dias que não passam de passar de um dia

Voz silenciosa por falar em poesia

Ligação destruída do não ser por não estar

Em não permanecer em sincronia com o que se tornou o amar

Som que nada entoa por não saber sentir

Seletos surdos a selecionar o que querem ouvir

Deficiência programada pela massa midiática

Não tem quem não adquira e ninguém que não a faça

Valores, memórias passadas

Realidade, imagem acabada

Música, meu cantar desfeito

Arte, não muda o defeito

De um mundo nunca feito

Com a morte inacabada, fez-se a voz silenciosa

Que tudo fala e nada diz

Cidades assimétricas de imagem e som

Pôs-se a criar o que nunca quis

Seres a rastejar em lugares escuros

Onde veem a luz do som que nada diz e nada fala

Contudo, embala, embala, embala...

Posto-me a não dançar nas calhas de rodas que destroem os corações

Prefiro o rosto pintar a limpar os momentos de falsas e infames emoções

Literatto Brasil
Enviado por Literatto Brasil em 21/11/2012
Reeditado em 21/11/2012
Código do texto: T3996645
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