VOZ SILENCIOSA
VOZ SILENCIOSA
Dias que não passam de passar de um dia
Voz silenciosa por falar em poesia
Ligação destruída do não ser por não estar
Em não permanecer em sincronia com o que se tornou o amar
Som que nada entoa por não saber sentir
Seletos surdos a selecionar o que querem ouvir
Deficiência programada pela massa midiática
Não tem quem não adquira e ninguém que não a faça
Valores, memórias passadas
Realidade, imagem acabada
Música, meu cantar desfeito
Arte, não muda o defeito
De um mundo nunca feito
Com a morte inacabada, fez-se a voz silenciosa
Que tudo fala e nada diz
Cidades assimétricas de imagem e som
Pôs-se a criar o que nunca quis
Seres a rastejar em lugares escuros
Onde veem a luz do som que nada diz e nada fala
Contudo, embala, embala, embala...
Posto-me a não dançar nas calhas de rodas que destroem os corações
Prefiro o rosto pintar a limpar os momentos de falsas e infames emoções